O valor da amizade

Incalculável é o valor de uma amizade. Porque se fosse possível realizar algum cálculo, não seriam números envolvidos, mas sim amor, afeição, dedicação, carinho... A verdade é que uma amizade verdadeira não pode ser explicada. Ela simplesmente existe. E a sua existência faz o mundo de outras pessoas mais feliz. Ela oferece à vida mais significado e faz diferença na vida do próximo.

A própria vida de Jesus ensina um exemplo admirável de amizade. A Palavra de Deus relata que Jesus chorou por causa da morte de seu amigo, Lázaro. O que indica que Lázaro foi alguém que fez diferença na vida do Mestre. Além disso, Jesus provou o quanto valorizava a amizade quando entregou a própria vida na cruz do Calvário por aqueles que Ele mesmo chamou um dia de amigos, e não de servos. Como diz a Bíblia: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a vida pelos seus amigos” (João 15:13).

Amigos são essenciais na vida de qualquer ser humano. Ninguém consegue viver bem sem eles. Pessoas de confiança que estão sempre presentes em momentos de angústia ou de aflição. Amigos são verdadeiros cúmplices, que não somente são ouvintes da Palavra de Deus, mas também praticantes, pois de fato choram com os que choram e se alegram com os que estão alegres. Além disso, apesar de nem sempre serem cônjuges, estão presentes nos momentos de alegria ou de tristeza, na saúde ou na doença, até que a morte os separe. E embora não pertençam a mesma família, alguns são mais chegados que um irmão.

A amizade verdadeira resiste ao tempo e à distância. Algumas vezes, pode até haver desentendimentos, mas a força do sentimento sempre prevalece. Amizade não se escolhe. Não se pede alguém em amizade. Ela simplesmente acontece, quando menos esperamos. E quando percebemos, a pessoa já faz parte de nossas vidas. Já nos conhece tão bem que não precisamos dizer o que sentimos. Isso é amizade verdadeira: altruísta, desinteressada, construtiva. Amizade de valor inestimável!

CRÁUDIU QUANDU BEBE UMAS PINGA, FICA ASSIM......

Sítio do Pica-Pau AmareloMarmelada de Goiaba, Goiabada de Marmelo...

Monteiro Lobato foi, verdadeiramente, um dos grandes homens da história desse país. Grande escritor, celebrado por gerações e gerações de crianças por seu espetacular trabalho “O Sítio do Pica-pau Amarelo”, Lobato foi também um empreendedor. Além disso, através de todas as suas produções e realizações queria por que queria fazer com que o Brasil pudesse crescer, desenvolver-se, ocupar um lugar de destaque no panteão mundial dos países.
Originário do interior de São Paulo, mais especificamente da cidade de Taubaté (onde há várias estátuas dos personagens do Sítio espalhadas pela cidade, além de um parque aberto permanentemente à visitação pública, o “Sítio do Pica-pau Amarelo”. No Sítio podemos encontrar a Emília, o Visconde, a Dona Benta, a Narizinho, o Pedrinho e toda a turma para nos contar as histórias divertidas que animam muitas crianças e para saber um pouco mais da história de seu criador, Monteiro Lobato), o escritor fez um pouco de tudo em sua vida.
Foi fazendeiro, investiu em editoras, fez campanhas pela nacionalização da exploração do petróleo em nosso país, queria abrir uma companhia siderúrgica e escreveu para as crianças e para os adultos também. Politizado e consciente como era, acabou perseguido durante a ditadura de Getúlio Vargas. Foi preso, mas não perdeu a compostura e não abriu mão de seus princípios.
Promoveu pesquisas acerca do folclore nacional a partir de artigos que havia escrito sobre o Saci-Pererê. Retratou os dilemas do trabalhador simples da zona rural ao caricaturá-lo como o Jeca Tatu. Abordou a questão racial no Brasil com seu livro “O presidente negro”. Falou sobre a decadência das cidades do café com “Cidades Mortas”. Lançou escritores de talento comprovado com sua editora (como Menotti Del Picchia).
Apesar de tudo isso, o que mais permanece na memória coletiva nacional é a sua forte ligação com as crianças. Proximidade e carinho conseguidos com o apoio da Narizinho, da Emília, do Visconde, do Pedrinho e dos demais personagens do Sítio. Em suas obras dedicadas as crianças, Lobato conseguiu verdadeiras façanhas como contar a história do mundo tornando-a divertida e atraente para os pequenos ou, ainda, falar de temas adultos e sérios de forma descontraída, como a questão do petróleo.
Visitar a obra de Monteiro Lobato deveria ser atividade básica programada por todas as escolas de nosso país. Conhecer o Sítio e seus personagens, desbravando as páginas escritas pelo taubateano Monteiro Lobato, é muito mais que um dever escolar, é um grande prazer e contribuição essencial para o nosso próprio sentimento de brasilidade.Nesse sentido, a contribuição dada pela Rede Globo de televisão com a nova versão do Sítio do Pica-pau Amarelo e, da Globo.com, com o site do Sítio (http://sitio.globo.com/), são dois outros reforços consideráveis para que todo brasileiro venha a conhecer essa fantástica obra. Não percam tempo, assistam os episódios e divirtam-se com o site!
O Site
Na página inicial aparecem vários links, acompanhe as dicas abaixo para conhecê-los um pouco melhor:
1- Clicando sobre cada um dos personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo (Emília, Narizinho, Pedrinho, Dona Benta, Tia Nastácia, Visconde, Tio Barnabé, Saci, Cuca, Conselheiro, Quindim e Rabicó) além de você conhecê-lo melhor, você pode se divertir com as atividades relacionadas a cada personagem: jogo, impressão de desenho para colorir, impressão da foto do personagem e envio de e-mail.
2- Você viu?Você pode ver e rever os episódios e a história da semana apresentados na televisão.
3- Mural de Amiguinhos.Você pode escrever mensagens dando sua opinião sobre a turma do sítio e imprimir e montar um porta-retrato.
4- Brindes.Tem várias opções de atividades: imprimir e montar calendários ou porta-retratos, escolher um personagem para imprimir e pintar ou ainda, imprimir fotos dos personagens.
5- História do Sítio.Você conhece um pouco da história do Sítio.
6- Monteiro Lobato.Além de conhecer um pouco mais sobre o criador do Sítio, você pode clicar no link “visite o site de Monteiro Lobato” e navegar em uma página com várias informações sobre o autor do Sítio.
7- Jogos.Você pode se divertir e aprender com os Jogos da Turma do Sítio.
a) Jogo da Associação -Teste seus conhecimentos sobre os personagens associando roupas, frases e objetos a cada um deles.
b) Quebra-cabeças do Sítio - Jogo com quatro quebra cabeças para você escolher e montar.
c) Memória da Emília - Jogo da memória da Emília.
d) Pegue o Saci - Encontre três objetos para prender o Saci na garrafa.
e) Pescaria do Pedrinho - Ajude o Pedrinho a chegar do outro lado do rio.
f) Guarda-roupas da Narizinho - da Ajude a Narizinho a pegar suas roupas, sem deixar a Cuca pegá-la.
g) Caça ao Cachimbo do Tio Barnabé - Ajude o Tio Barnabé a pegar seus cachimbos.
h) Separando o lixo com o Rabicó - Ajude o Rabicó a separar os materiais recicláveis, colocando-os em seus lugares.
i) Quebra-cabeças do Visconde – exige muita coordenação motora e atenção.
j) Caldeirão Mágico da Cuca - A Cuca quer transformar o Pedrinho em sapo, descubra a seqüência de cores e ajude o Pedrinho.
k) Fábrica de Tortas - Ajude a Tia Nastácia a fazer tortas.
l) Matemática Espacial - Acerte os números pares ou os números impares.
m) Fotografando o Sítio - Seja rápido e tire fotos dos personagens.
n) Forca do Conselheiro - No jogo da forca acerte as palavras e não deixe o Conselheiro ser enforcado.
Aos Professores
Em qualquer país desenvolvido do mundo em que vivemos um escritor do porte de Monteiro Lobato seria celebrado com todas as honras. Seria comparado a Mark Twain nos Estados Unidos ou a Charles Dickens na Inglaterra. Seus livros continuariam a vender muito, independentemente da televisão. Sua leitura seria constante nas escolas, das séries iniciais aos cursos de graduação. Sua produção se tornaria objeto de estudos de muitos mestrandos e doutorandos.
Lobato significa literatura de muita qualidade e história. Não ler suas obras significa abrir mão de livros que simbolizam nossa própria identidade.
O Brasil, tão jovem ainda, no esplendor de seus 500 anos, já possui grandes literatos, músicos, cineastas, atores e atrizes e tantos outros representantes da cultura. A valorização desses talentos é necessária e primordial para que sintamos orgulho de sermos brasileiros e para que incentivemos o surgimento de novos e promissores talentos que possam glorificar nosso país.
Pode parecer apenas um pensamento ufanista, mas numa época caracterizada por tantos infortúnios e problemas, temos que continuar acreditando que o país pode e deve dar certo, que há soluções para nossas dificuldades e que iremos, não no futuro, mas amanhã, logo pela manhã, acordar num país um pouco mais justo, mais humano e mais rico se nos pautarmos no exemplo de brasileiros de tanto valor quanto Monteiro Lobato...

Site do Menino Maluquinho Gostoso como goiabada com queijo

Os sapatos são grandes demais. O casaco também não foi feito para ele. A mãe já lhe disse diversas vezes que não se deve colocar panela na cabeça. Apesar de tudo isso, poucas são as pessoas que não se comoveram e se identificaram com a história do Menino Maluquinho criada pelo grande mestre Ziraldo.
O livro, já considerado um dos maiores clássicos da literatura infantil de nosso país, marcou a vida de gerações e gerações de leitores, entre os quais me incluo com grande orgulho. A história do menino que encantava a todos que viviam ao seu redor é sedutora do início ao fim graças à eloqüência de um texto curto mas profundo e rico. Além disso os traços de Ziraldo que levaram a elaboração desse personagem que transborda felicidade foram capazes de criar uma das imagens mais singelas e simpáticas do mundo das crianças.
Tenho a enorme felicidade de ter um menino e uma menina maluquinhos em minha casa. Sinto que como no livro o tempo passa depressa e que de repente iremos abrir os olhos e eles estarão moços, em busca de seus diplomas, correndo atrás de um emprego, querendo se casar e, como resultado de tudo isso, tendo seus próprios maluquinhos para tornar suas vidas muito felizes.
Criança em casa é sinônimo daquilo que há de melhor na humanidade. A singeleza misturada com inocência e sorrisos marotos a cada travessura praticada é capaz de dobrar qualquer adulto. Não há quem não se derreta e não relembre os seus tempos de meninice. Ademais, Ziraldo nos conta em seu livro de uma infância pra lá de inesquecível, daquelas em que subíamos em goiabeiras, descíamos as ladeiras das ruas em carrinhos de rolimã, jogávamos taco, disputávamos figurinhas em animados jogos de bafinho ou deixávamos nossos piões rodopiarem e rodopiarem...
É por esses e por tantos outros motivos que não há como não saudar o surgimento de um espaço virtual dedicado ao Menino Maluquinho e a todos os seus companheiros. Na verdade, o que sinceramente esperamos é que esses maluquinhos não se restrinjam apenas aos caminhos da Web e que continuem alegrando o cotidiano de nossas vidas com suas estripulias em carne e osso através de nossos filhos, sobrinhos, netos, alunos, vizinhos,...
Porque, se pensarmos bem, o espaço destinado à infância gostosa, daquelas que se parecem com a invencível mistura Romeu e Julieta (queijo mineiro com goiabada cascão), tem se tornado cada vez mais restrito. As crianças têm vivido embrenhadas em apartamentos ou em casas escondidas por muros e superprotegidas por cercas e alarmes. Nada de pé no chão, nem pensar em subir nas árvores, essa brincadeira é muito perigosa e tantas outras chamadas de atenção dos pais superprotetores tem sido a tônica.
Se não bastasse todo esse excesso de cuidados, há ainda a prevalência dos brinquedos eletrônicos, como os videogames, que fizeram com que as crianças deixassem de brincar, de criar seus próprios jogos, de articular suas histórias inventadas ou mesmo de sonhar de olhos abertos.
O surgimento do site do Menino Maluquinho (http://www.meninomaluquinho.com.br/) talvez nos ajude a relembrar o que há de bom na infância a tempo de podermos ainda resgatá-la e presentear as atuais e futuras gerações com tudo que há de bom em ser criança.

O Site

Há vários motivos pelos quais devemos adentrar o site do Menino Maluquinho, para entender melhor essa afirmação, vamos descrever as principais características e opções oferecidas aos internautas:

1- Clicando sobre cada um desses ícones (História, Profissão, Tirinha, Piada e Frase do Dia) você poderá se divertir com informações sobre diversos temas (a cada dia há uma história diferente disponível). Além disso é possível imprimi-las e enviá-las para seus amigos.

2- Ao clicar no MAIS, de dentro do casaco do Menino Maluquinho surgirão várias opções de atividades.






a) - Divirta-se com Jogos e Passatempos. As atividades de passatempo podem ser impressas. Veja as opções de brincadeiras disponíveis para os visitantes:
Jogos
- Quebra-Cabeça –

7 diferentes tipos de quebra-cabeças.

- Memória

– Um jogo da memória.

- Sete Erros

– 8 imagens para encontrar os erros.

- Jogo da Velha

– Tente vencer o computador.

Há dois níveis: fácil ou difícil

Lugar de Panela é... – na cabeça – tente colocar a panela na cabeça do Menino Maluquinho.

- Jogo da Forca – Escolha o assunto: Informática, Eletrodomésticos, Frutas, Sistema Solar, Meios de Transporte, Meios de Comunicação, Esportes, Pontos Cardeais e Colaterais, Aves, Brinquedos, Profissões, Cores, Material Higiênico, Animais que vivem na água, Animais Terrestres, Meses do Ano e Instrumentos Musicais.- Jardim da Carolina – ajude a Carol a lembrar de todos os tipos e cores de flores que ela quer colocar em seu jardim.
Passatempo
- Aviãozinho – Faça um aviãozinho

Balão – Faça um balão.

- Bandeira do Brasil – Monte a Bandeira do Brasil colorida ou preto e branco.

- Barquinho – Faça um barquinho.

- Bonequins – Monte o boneco do Menino Maluquinho ou da Carolina.

- Caça-Palavras – Atividades de caça-palavras.

- Cadê

– 4 atividades para encontrar objetos: Ajude o Maluquinho, Faltou uma, Jogo dos Cinco e Pintou sujeita.- Cardápio

– O Menino Maluquinho dá algumas sugestões no cardápio, você pode montá-lo com o que você mais gosta

Carta Enigmática

– Tente descobrir a mensagem da carta enigmática.

- Cruzadinhas

– Quatro cruzadinhas: Comida de Bicho, Esportes, Vida de Cão e Material Escolar.

- Jornal – Monte um jornal com histórias inacreditáveis.

- Labirinto – Encontre o caminho certo nas seguintes atividades: Ajude o Romeu, De quem é? e Internet.- Liga-pontos – Três atividades em que ligando os pontos você descobre qual imagem será montada.- Marcadores de Livro – Quatro modelos de marcadores coloridos e em preto e branco para você escolher: Parei aqui, Se você gosta de ler, fica fácil escolher!, Aguarde as emoções dos próximos capítulos e Daqui a pouco eu continuo.- Móbile – Monte um móbile com a turma do Menino Maluquinho.- Para Colorir – 1 desenho que impresso você pode colorir.- Peteca – Faça uma peteca.- Sete Erros – 2 atividades de sete erros: Cabra-Cega e Ping-Pong.- Tabuleiro – Monte o jogo “Quem será o substituto do maluquinho?”.- Vale Presente – 8 tipos de vale presente que podem coloridos ou em preto e branco.
b) - Cinco imagens diferentes que podem ser usadas como papel de parede do seu computador.
c) - Artigos e textos para algumas datas especiais: Dia do Trabalho, Dia do Amigo, Dia da Mentira, Dia das Crianças, Dia dos Pais, Dia das Mães, entre outras.
d) - Versão online do livro “O Menino Maluquinho” – história com imagens em tamanho natural para ler, imprimir e colorir.
e) Os Personagens - Conheça mais sobre os personagens da Turma do Menino Maluquinho (Menino Maluquinho, Julieta, Bocão, Carolina, Lúcio, Shirley Valéria, Junim, Sugiro Fernando, Herman e Nina).Conheça também a página “Carol Natural” que tem mais atividades: Como montar um aquário, Os beija-flores, Dicas de jardinagem, Para imprimir e brincar, Jogo: O jardim da Carolina.
Aos Professores
Não há como não aproveitar as boas idéias da infância. Não podemos desprezar tudo aquilo que vivemos e todas as lições que tiramos das amizades, brincadeiras, leituras, desenhos e programas que fizemos. Do mesmo modo como tivemos oportunidades e vivenciamos momentos incríveis quando éramos crianças, também nossos filhos e alunos estão aprendendo coisas novas a cada dia que passa. Essas experiências podem ser revertidas para o trabalho em sala de aula e transformadas em bem-sucedidas iniciativas para a realização de projetos educacionais.
Um dos caminhos a se seguir, por exemplo, é tentar realizar encontros entre pessoas de diferentes gerações com a finalidade de que sejam relatadas as experiências de infâncias vividas por essas pessoas. Brincadeiras de rua, histórias que eram contadas pelos mais velhos, músicas que se cantavam, danças que se realizavam, como eram os brinquedos, o que se comia de gostoso ou mesmo as roupas que eram usadas por crianças e adultos poderiam ser temas explorados e dariam uma grande lição de história, hábitos, costumes e cultura geral.
Outra possibilidade seria implementar as brincadeiras de rua vivenciadas por gerações passadas em aulas de educação física, de forma bem lúdica, para que a reprodução e a preservação desse legado fossem passadas para as crianças de hoje e também do futuro.
Algumas das brincadeiras sugeridas pelo site do Menino Maluquinho (http://www.meninomaluquinho.com.br/) também poderiam ser utilizadas em aulas. Alguns exemplos disso seriam a brincadeira de Forca, o Jogo dos Sete Erros, as cruzadinhas, o cardápio, o liga-pontos, a carta enigmática ou o labirinto. Essas atividades poderiam ser transformadas em proposta final de formato para alguma pesquisa ou trabalho escolar pedido pelos professores. Já tive a oportunidade de desenvolver projetos que utilizaram palavras cruzadas e cartas enigmáticas, o resultado foi excelente, a animação e o envolvimento dos alunos são estimulantes para nós, professores.
O resgate da infância pode ser tão gostoso como a maçã do amor que comíamos nos parques de diversão ou ainda tão prazeroso quanto o doce de leite com queijo que embalou algumas sobremesas nas casas de nossas avós. Que tal se lembrar de tudo isso visitando o Menino Maluquinho?

Pelo bem das próximas gerações

Estabelecer limites para os adolescentes de hoje é uma das garantias de que o país terá líderes éticos no futuro. A tarefa cabe a pais e escolas - em conjunto

Cenas de violência não se passam apenas nos cenários pobres de escolas públicas: acontecem também em escolas de classe média, freqüentadas por jovens de famílias econômica e culturalmente privilegiadas. Aí o problema pode ser até mais difícil, pois os professores dessas escolas têm a expectativa de que seus alunos tragam de casa uma educação adequada - e sentem-se despreparados para lidar com alunos agressivos e sem limites. Mas não adianta lavar as mãos nem clamar aos céus, com a alegação de que a escola não pode tomar a si a responsabilidade que a família não assume. Ainda é dentro de seus muros que esses jovens passam a maior parte do tempo, e essa oportunidade não pode ser desperdiçada.

É na adolescência que se desenvolve plenamente a capacidade de raciocínio abstrato, e é esse o melhor momento para firmar o compromisso com valores morais como a tolerância pelo diferente, o amor à justiça, o sentimento de solidariedade e a compaixão. É verdade que a escola não pode se encarregar de todos os aspectos da formação de seus alunos, mas é indesculpável que não faça tudo o que estiver ao seu alcance. As situações de violência não devem passar impunes, as agressões não podem ser ignoradas. Mas o castigo é parte do processo educativo, e não uma vingança ou penitência: deve ser contingente (isto é, aplicado logo depois da falta cometida), ligado à transgressão e, de preferência, oferecer a possibilidade de reparação do erro. Se a violência teve a forma de depredação de bens da escola, por exemplo, o aluno deveria ser levado a consertar o que quebrou; se foi agressivo com colegas ou professor, deveria ser orientado a fazer um trabalho sobre violência. É preciso lembrar que, quando um aluno tem um comportamento agressivo, a violência que ele expressa não está só nele: ele é protagonista de todo o seu grupo. Sua expulsão não elimina a violência da escola, apenas a exime de lidar com a questão. A escola deveria aproveitar o episódio de violência para levar todo o grupo a refletir sobre a ética da convivência. Há excelentes filmes que podem ser usados para mobilizar nos jovens os sentimentos de empatia e solidariedade. O ideal seria que os alunos assistissem a esses filmes na própria escola, junto com educadores (professores ligados ao tema e orientadores) e, se possível, também os pais. Antes da projeção, deve ser feita uma breve contextualização do tema do filme e, logo após, um debate ligando a ficção com a realidade.

Nessa área, é imprescindível uma parceria verdadeira entre escola e família. Infelizmente, na maioria das vezes, essa aliança é superficial, carregada de hipocrisia. Diante de uma crise importante, dificilmente os pais do aluno problemático e os gestores da escola podem de fato dar-se as mãos em prol do jovem: a tendência da escola é expulsar o aluno, com a alegação (em geral verdadeira) de que os pais dos outros alunos não tolerariam deixar seus filhos numa escola que eles consideram conivente com o aluno faltoso. Mais produtivo seria que a escola e os pais trocassem informações a respeito do comportamento do aluno. Para a escola, será útil conhecer as normas da família sobre disciplina, saber a atitude dos pais com relação a punições e ao uso da autoridade, saber como o aluno se relaciona com os irmãos e que tipo de lazer os pais oferecem. A escola, por sua vez, conhece, melhor do que os pais, o comportamento social do jovem. Essa troca de informações permite uma programação conjunta de atividades (leituras, discussões, escolha mais cuidadosa de videogames etc) dentro e fora da escola, que poderão ajudar o aluno a rever e mudar sua atitude inadequada.

É importante lembrar que, se esses jovens correm alguns dos mesmos riscos que os economicamente menos privilegiados, em suas mãos a sociedade talvez corra riscos até maiores: estatisticamente, é dentre esses alunos que sairão os políticos e empresários da próxima geração, é desse grupo que sairá a maior parte das autoridades e líderes que comandarão o país. Essa é a hora de encontrar canais adequados para o inconformismo e a rebeldia, esse é o momento de apontar espaços de atuação onde a contestação própria da adolescência contribua, de fato, para melhorar o mundo. Para dar vazão à inquietação adolescente, é preciso levá-lo a desempenhar atividades significativas, como participação em programas solidários, que rompam a barreira do individualismo e façam com que ele se sinta parte de uma comunidade maior.
Não podemos deixar que eles acreditem que o mundo é feito de corrupção e violência, e que nele só os valentões e os espertalhões levam vantagens. Para lutar contra a paralisia e o cinismo de que tanto nos queixamos, não há momento mais propício do que a adolescência, não há espaço mais adequado do que a escola.

Lidia Aratangy - psicóloga